Eu estarei mentindo (risos) hoje na TVE, às 21h, no programa Estação Cultura (reprise). É uma materia que fizeram sobre e minha exposição de pinturas.
Então: pra quem ainda não visitou porque não sabe do que estou falando (convite em anexo pra esses), ou porque tem muita preguiça de ir até a Câmara, aboletem-se na frente TV nesse horário e aguardem.
Percam a novela! Diversão garantida!
abraços,
Thiago
Ps.: tem pela internet no site da TVE > http://www.tve.com.br/
A exposição HETEROGENEIDADES tem algo de peculiar, reúne o trabalho de um grupo de alunos em que cada um seguia por um caminho diferente, com inúmeras possibilidades em aberto.
A dificuldade parecia ser como escolher o melhor rumo? Como fazer a escolha e perceber o que realizam enquanto pintam?
Quando conheci esta turma, me surpreendi com as incertezas de cada um diante de trabalhos com muita potencialidade mas que pareciam perder força pela vaga direção.
Considerando o valor da disciplina e a importância de se fazer escolhas, passamos a concretizar, durante este semestre algumas das proposições que estavam ainda no plano das idéias. Cada um buscou nos seus procedimentos e nos seus materiais algo que estaria por trás do embate com a técnica e de toda a intencionalidade, que vem a ser a própria obra.
O resultado é a produção poética de um grupo heterogêneo mostrando que todo o processo de crescimento envolve enfrentar situações de desconforto, que uma boa pintura exige algo que está além do domínio técnico, simplesmente, e que são as inúmeras tentativas que darão personalidade ao fazer.
* Jander Luiz Rama
* Maria de Fatima Frota Lopes
* Sarah Szekir
* Manuela Raup de Oliveira
* Maria Isabel Schwab
* Virginia R. de Souza
* Marcieli Pahins Compagnon
* Maria Stela Osório Dornelles
* Rodrigo Montero
* Nanci Mari Lagaggio Verfe
Curadoria: Juliana Bassani.
Instituto de Artes - UFRGS
Sala 73A - Dia 24/06/2008
Das 17:00 às 20:00
Bueno, este mail é um desses que a gente escreve com gosto, é um e-mail para convidá-los para festejar uma conquista de toda a comunidade do IA: inauguraremos hoje, sexta feira 20 de junho, às 17 h, lá no espaço do CATC, a "Micro Sala".
E a "Micro Sala" nada mais é do que um espaço de acesso à Internet e a equipamentos digitais, onde colocamos à disposição dos estudantes, professores e funcionários do IA cinco computadores de última geração, todos conectados a rede, com seus respectivos gravador de CD e tudo mais que é possível e necessário, incluindo um scaneer e uma impressora.
A slaa, que é pequena como seu nome o indica, é "micro" mas já possui equipamento de ar condicionado.
Como conseguimos tudo isso?
Em primeiro lugar, credenciando nosso CATC como um organismo sério, de pessoas responsávei e que estão preocupados em oferecer melhores condições de estudo e trabalho para todo o IA;
Em segundo lugar, demonstrando nossa capacidade de movilização, estando sempre dispostos a cobrar de quem tem que ser cobrado( que é o nosso magnífico reitor) as melhorias por todos almejadas;
Em terceiro lugar, pela atitude parceira e sempre disposta a nos apoiar de nosso Diretor do IA, Alfredo; há que se resaltar muito isto por que não é comum um Diretor ter as portas abertas para os estudantes,e muito menos apoiar nosso trabalho como ele o faz. Os computadores chegaram à Direção e foi ele com sua equipe quem decidiu realizar essa cedência de equipamentos;
Em quarto lugar, pelo permanente apoio dos Departamentos do IA e dos técnicos e funcionários; foi assim que o DEMUS nos doou o ar condicionado, que a Secretaria semrpe está disposta a nos apoiar, que os técnicos sempre estão colocando em suas prioridades nossas reivindicações;
Em quinto lugar, pelo apoio permanente do DCE nas nossas atividades, colocando no seio da UFRGS as nossas problemáticas e reivindicações.
E mais do que nada, pela obstinada participação de um grupo de pessoas, que desde 2005 até a data vem se renovando mas que em definitiva tem mantida a chama do CATC acessa, e é o "pessoal" do CATC. SAbemos que nem sempre conseguimos todo o que gostaríamos, sabemos que nem sempre é possível realizar tudo o que planejamos, mas fundamentalmente sabemos que é com a participação voluntária que se constrói esse tipo de vitórias como as que celebramos hoje.
Há mais para celebrar: os elevadores do IA, a reforma das salas no 6º andar, o restauro das esculturas na recepção do IA, o futuro restauro da obra do Locatelli e quem sabe a construção do novo prédio.
Mas essa celebração só será melhor se cada um de vocês se somar ao CATC, fazendo com que a maior conquista seja a da continuidade da participação dos estudantes.
A gente espera vocês hoje lá no 8 andar!!!
CATC
Ramon Alejandro Velazco
Pichadores vandalizam escola para discutir conceito de arte
Matéria de Laura Capriglione, originalmente publicada na Folha de São Paulo, no dia 13 de junho de 2008
Colegas classificaram ação como terrorismo; coordenadora do curso de Artes Visuais chamou de "ato de vandalismo"
Aluno da Belas Artes convocou grupo para realizar prova de conclusão de curso
Cada um dos 37 alunos do último ano do curso de Artes Visuais do Centro Universitário de Belas Artes tinha de apresentar uma obra para garantir sua formatura. Três espaços foram reservados para a exposição dos trabalhos. Trinta e seis alunos preencheram esses espaços com sua produção. Um -Rafael Augustaitiz, 24-, não.
Pichador desde os 13 anos, Rafael resolveu apresentar um trabalho diferente. "Uma intervenção para discutir os limites da arte e o próprio conceito de arte", explicou.
Nos últimos dias, os locais de reunião de pichadores no centro da cidade tornaram-se focos de recrutamento de jovens para "a ação", como se chamou. Às 21h de anteontem, horário de intervalo das aulas, 40 deles, idades entre 15 e 25 anos, compareceram ao "ponto", na estação Vila Mariana do metrô (zona sul).
"Estamos todos muito ansiosos", disse um morador do Ipiranga, que assina suas pichações com o desenho de um monociclo. A maioria dos rapazes nunca pôs os pés em uma faculdade; sua estréia no ensino superior seria justamente em um trabalho de conclusão de curso.
Em cinco minutos andando a pé, o grupo alcançou a escola. Muitos vestiram máscaras improvisadas com camisetas ou daquelas usadas para pintura com compressor. Logo, as latas de spray foram sacadas de dentro dos moletons folgados.
Leia a íntegra da matéria e publique o seu comentário no Como atiçar a brasa
Desde quando faxina é cultura?
Diretor critica projetos anunciados na semana passada pela Sedac
A secretária de Estado da Cultura - e, por tabela, a governadora também - precisam saber que "a intenção de usar a Cultura para promover a inclusão social" é picaretagem, demagogia ou, para ser um pouquinho mais erudito, uma falácia. Se elas pensam que comovem a sociedade - olha como elas são boazinhas, como estão preocupadas com os pobrezinhos!... - devem logo logo tomar consciência de que a sociedade, pelo menos a parcela da sociedade minimamente culta, abomina essa maquiagem com a qual o Governo do Estado conspira contra uma verdadeira política cultural. É claro, cultura é um termo genérico demais, sob o qual cabe desde o Porto Alegre em Cena ou o Museu Iberê Camargo, até "as ações sociais junto às áreas de educação, segurança e saúde". E isto é cultura? - pergunto eu. Porque os governos têm sido incompetentes e a sociedade refratária à miséria que vai tomando conta das sinaleiras de Porto Alegre, agora a secretária da Cultura tem que brincar de fada madrinha e promover a troca de "armas de brinquedo" por livros? Que livros, minha senhora? E as armas verdadeiras, o que fazemos com elas? Continuarão sendo usadas em assaltos? Inclusive a livrarias? E o que dizer sobre o projeto Hip-hop e Funk? Uma mostra competitiva de grupos com Oficinas de rap e grafite. Gente, nem no pior dos governos populistas se promoveu esse tipo de coisa.
Tem ainda a limpeza dos monumentos históricos e prédios tombados. Um dia no semestre. Em agosto. E desde quando faxina é cultura? E os projetos para a dança, para as artes plásticas, para o teatro, para a música, para a memória cultural, para o cinema, para a literatura? - ah, não, a literatura está contemplada no projeto das tais bancas montáveis em praças de cidades para incentivar a leitura. E sob essa intenção caridosa esconde-se toda a promiscuidade de uma política que não passa de esmola, se é que chega a tanto.
Quando o governador Rigotto tomou posse, publiquei na revista Aplauso uma carta em que dizia: "Se a um governo responsável cumpre, por um lado, reconhecer, incentivar e cultivar as manifestações culturais do povo, por outro, deve necessariamente valorizar seus artistas e intelectuais, porque é através de suas obras que a cultura faz algum sentido para a sociedade. O desenrolar da história serve sempre de modelo. Assim, não será demais recordar o papel da democracia na consolidação da tragédia grega, o da igreja na renovação da cena medieval, o do mecenato na transformação da arquitetura teatral renascentista, para ficarmos com alguns exemplos tirados ao acaso da história do teatro. Eurípedes, Shakespeare, Molière, Ibsen, Beckett e O´Neill, para citar apenas alguns dos grandes, resultaram de políticas culturais definidas, não necessariamente ideais, mas de qualquer modo definidas, que reconheciam no artista um elo de ligação fundamental entre governo e povo, entre sociedade e cultura".
Senhora, secretária: falácia, segundo o Aurélio, quer dizer "qualidade ou caráter de falaz". Falaz, por sua vez, quer dizer, "1. enganador, ardiloso, fraudulento; 2. vão, quimérico, ilusório, enganoso. No texto do verbete, o exemplo usado é de Euclides da Cunha, e diz: "Será o eterno tatear entre miragens de um processo falaz e duvidoso". Exatamente como é hoje o projeto de política cultural do Estado.
*Ator, diretor, professor, poeta e coordenador de Artes Cênicas da Secretaria Municipal de Cultura de POA
LUIZ PAULO VASCONCELLOS