Pensando na sugestão do Adreson, resolvi escrever sobre nossa experiência em Sant’Ana.
O desafio de algo novo nos impulsiona a seguir em sua direção e superá-lo; assim é com todos os desafios, porém às vezes não os aceitamos ou simplesmente não os vemos. Pintar em grande escala não é para qualquer um, muitos ou a maioria de nós nunca havíamos experimentado. Pessoalmente, considero uma conquista. Exige alguma técnica e boa percepção para descobrir o que acontece com aquelas imagens que criamos em uma folha A4 ou mesmo em um rabisco de caderno. De repente a coisa vai se agigantando... aqueles sinaizinhos que surgiram quase intuitivamente de um gesto com o lápis se transformam em equações que precisam ser resolvidas para ficarem esteticamente aceitáveis; aí bate aquela insegurança: “pensei que eu soubesse desenhar!”, “e agora?”, “o que faço com isso?”, “isso vai parecer ...o que?”, “como é que antes estava tão bonitinho?” e mais um monte de “perguntas que não querem calar” do tipo “será que tenho competência pra isso?”. Quem teve pelo menos por uma fração de segundo algum pensamento desse tipo - e acredito que muitos, senão todos – deve ter sentido uma coisa muito boa ao iniciar o trabalho em Livramento e que baniu do pensamento qualquer fantasma, essa coisa foi o trabalho em equipe; estar lado a lado com um colega na mesma situação, sentir-se parte de um todo atuante, olhar para os lados e ver-se rodeado de pessoas amigas, um pessoal com quem se tem afinidades e nos é familiar no cotidiano da vida acadêmica. Pessoas com as quais formamos um grupo mais que de trabalho, de coleguismo e amizade. Isso faz toda a diferença!
O desafio se torna conjunto e dividimos nossas expectativas e medos com os demais. Os resultados, quando saem do jeito que a gente espera “é só festa”, serão lembranças de uma coisa que era tida como “certa”; mas quando parece que todas as forças da Natureza estão contra nós e os resultados são tudo o que a gente não queria, as lembranças, apesar de tudo, são motivadoras, querem um exemplo? A umidade do ar que não deixava a tinta secar, uma tinta que sabemos, seca normalmente em um piscar de olhos em dias normais, por aí se pode tirar uma idéia da umidade relativa do ar e da ameaça que foi para a saúde de qualquer um ficar horas a fio, inclusive à noite trabalhando. Haja garra! Estávamos realmente determinados a cumprir aquilo a que nos propomos, e o que a consciência disso nos traz é motivação!
Após a primeira experiência, estamos mais preparados e mais fortes como grupo.
Vamos voltar até lá e recomeçar com a mesma garra; e o resultado de nosso trabalho em equipe não será só o que permanecer pintado, mas a lembrança que todos terão de nós pelo nosso empenho e capacidade.
Um abraço,
Denise
Um comentário:
Denise...
Muito bom... expressou exatamente o que todos pensam sobre as experiências que vivemos e adquirimos em Sant'ana do Livramento. Foi uma horna viver esses momentos
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